domingo, 30 de dezembro de 2012

CARTA DE ANO BOM



Entre um ano que se vai
E outro que se inicia,
Há sempre nova esperança,
Promessas de Novo Dia...

Considera, meu amigo,
Nesse pequeno intervalo,
Todo o tempo que perdeste
Sem saber aproveitá-lo.

Se o ano que se passou 
Foi de amargura sombria,
Nosso Pai Nunca está pobre
Do pão de luz da alegria.

Pensa que o céu não esquece
A mais ínfima criatura,
E espera resignado
O teu quinhão de ventura.

Considera, sobretudo
Que precisas, doravante,
Encher de luz todo o tempo
Da bênção de cada instante.

Sê na oficina do mundo
O mais perfeito aprendiz,
Pois somente no trabalho
Teu ano será feliz.

Não esperes recompensas
Dos bens da vida terrestre,
Mas, volve toda a esperança
A paz do Divino Mestre.

Nas lutas, nunca te esqueças
Deste conceito profundo:
O reino da luz de Cristo
Não reside neste mundo.

Não olhes faltas alheias,
Não julgues o teu irmão,
Vive apenas no trabalho
De tua renovação.

Quem se esforça de verdade
Sabe a prática do bem,
Conhece os próprios deveres
Sem censurar a ninguém.

Ano Novo!... Pede ao Céu
Que te proteja o trabalho,
Que te conceda na fé
O mais sublime agasalho.

Ano Bom!... Deus te abençoe
No esforço que te conduz
Das sombras tristes da Terra
Para as bênçãos de Jesus.

Pelo Espírito Casimiro Cunha
Psicografia de Francisco Cândido Xavier

domingo, 2 de dezembro de 2012

VIVER - UM DIREITO DE TODOS


Quando o ser humano já começava a apresentar condições para conhecer os princípios elementares da justiça, a Providência Divina enviou, através da mediunidade de Moisés, a primeira revelação das Leis de Deus, os Dez Mandamentos. Destes, o quinto mandamento observa objetivamente: “Não Matarás”. Direito, claro, inquestionável, não suscita dúvidas e não abre exceções.
O Evangelho de Jesus, destacando a magnitude da Lei de Amor, ratifica esse mandamento e lhe amplia a compreensão, assim como a Doutrina Espírita quando observa: “Qual o primeiro de todos os direitos naturais do homem? R.: “O de viver. Por isso ninguém tem o direito de atentar contra a vida de seu semelhante, nem de fazer o que quer que possa comprometer a sua existência corpórea.” (O Livro dos Espíritos, Ed. FEB, q. 880.)
Para as Leis Divinas, portanto, o ser humano tem o pleno direito de viver e o dever de preservar sua vida, não havendo nenhuma restrição a esse direito decorrente das deficiências físicas, mentais, morais ou sociais que apresente.
Os Espíritos superiores, desde a metade do século XIX, esclarecem que a união da alma ao corpo, na reencarnação, começa na concepção (Op. Cit., q. 344), e a ciência dos homens, por sua vez, evoluindo nas suas pesquisas, já reconhece que o ser humano começa a existir no momento da concepção. Com esta convicção, as leis humanas, também evoluindo nos seus conceitos e aproximando-se cada vez mais das Leis Divinas, já asseguram ao ser humano, em muitos países, o direito à vida em todas as fases da sua existência, desde a concepção.
Observa-se assim que, da concepção ao velho, em qualquer fase, o ser humano tem o direito a viver seja qual for a condição física, mental, moral ou social em que se apresente.
A reencarnação é o eixo fundamental para o Espírito enriquecer-se de experiências sublimes na sua senda evolutiva. E essas experiências adquiridas, principalmente as mais marcantes e dolorosas, são indispensáveis na conquista dos valores espirituais que promovem a construção e o aprimoramento de sua personalidade, realizada em total respeito às leis de Liberdade e de Progresso que emanam de Deus.
Proteger e dignificar a vida do ser humano em qualquer fase de sua existência (concepção, zigoto, embrião, feto, recém-nascido, criança, jovem, adulto ou idoso) e em qualquer condição na qual se apresente (com ou sem deficiências ou mazelas de toda ordem) é, portanto, compromisso de todos os que já compreendem a beleza da vida e a grandiosidade da Criação, seja material ou espiritual.
Nestor João Masotti é presidente da FEB.
(Transcrito de: Editorial, Reformador, setembro de 2011).